quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Janelar

A cortina abriu. Pareceu um convite à vida.
Olhei mais de perto... não.
Olhar a altura daqui de cima
ou a imensidão da paisagem externa, traz medo.
Busco um raio de sol que me atinja daqui.
O horizonte parece desafiador demais
para que saia do meu conforto.
Continuo sentada.
Continuo trancada.
Continuo cheia de nada.

Um pouco de qualquer coisa

Olhar para frente e não ver sentido.
Ainda assim, não parar.
Hoje só desejo um pedaço da força de outrora,
Seguir adiante tendo fé em qualquer coisa e continuar.
Preciso de um novo coração, um novo pulsar.
Esse que abastece minhas veias cicatrizando,
Anda cansado.
Algum motivo, algum abraço.
Qualquer presente despretencioso e solidário para meus passos arredios.
Qualquer sorriso verdadeiro, uma flor.
Um calor. Socorro.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Jangando

Sentada no fundo de uma sombra qualquer.
Sonhando com um fio de luz sequer,
Que nunca alumiou o andar.
Sem ponto, sem porto.
Nem uma jangada. Nem um sonhar.
Que o mar me leve embora,
Para aonde queira ficar outrora,
Sem medo de naufragar.

É-ter-na

Sou o que não se fala,
o que não se diz, o incorrigível.
Sou o que se conserta,
o que se entorta, o que aprende.
Sou quem se importa,
Quem se entrega, quem está presente.
Sou um pouco do inteiro,
partes do quebrado, restos de alguma coisa.

Sou eterna obra inacabada,
Eterna observadora,
Eterna aluna da vida,
Eterna ouvinte.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Cortinas

Deitada em minha cama, reflito.
A maciez com que o travesseiro afaga meu cabelo,
me faz lembrar de um tempo bom.
Todo o tempo tem algo bom.
Penso que todo poeta tem sua inspiração.
Muitas vezes em sombras, outras tantas escuridão.
Lágrimas.
Quero ver na minha, a vida.
Cultivo o brotar de cada dia em sua beleza.
Da minha janela, os raios invadem pelo vidro.
Estava confortável. Penumbras me protegiam.
Hoje senti que quero mais. Mais que tudo isso.
Abri as cortinas.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Isso

Cansaço. Sabes a causa?
Preocupações. Tentativas de ter um controle.
A vida está sempre derramando-te para o lado que deve ir.
Descontrole-se! As coisas acontecem.
Mãos atadas diante do porvir.
Então de que adianta isso tudo?
Aprumo as asas novamente. As refaço.
Quero voo brando.
As coisas virão, se preciso for.
Se mostrarão. Quero-me leve.
Quero me dança. Canto.
Quero-me vento, brisa.
Olho o horizonte, nem tão claro,
e surpreendo-me bem com o que não se espera.
Se for, é. Será.
Então findo.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Consueto

Embreaga-se com sensações de um presente que não pode tocar.
Afoga-se em emoções turvas e sem nexo que se fazem e desfazem em um instante.
Cascata de sabores construídos em um simples existir que nem todos veem.
Corre e se esconde. Monta paredes. Quase ninguém a enxerga.
Uma caixa enfeitada com sonhos e malevolências eventuais de si.
Procrastinações sentimentais habituais. Nada acontece realmente.
Ouve e não fala. Não se expressa, não grita.
Escreve.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Horizontear

Os verdes campos continuam ali.
Da minha janela, me apontam a direção.
Consigo ver que pode ser real.
Do que adianta ter uma vida banal?
Da varanda em frente, um precipício.
Sem pontes, só muros.
Logo, lembro das asas que um dia almejei.
Posso sentir o vento daquele horizonte
Leve acariciar na fronte.
É possível, algo me diz.
Só não sei quando, presumo.

Não sei

Não sou a melhor companhia agora.
É rotina, estou sempre indo embora.
Me desculpe, queria ficar um pouco mais.
Infelizmente, a vida anda fugaz.

Contudo, queria te segurar o queixo,
te deixar o beijo;
e dizer que és...
Alguém importante
pro meu coração inconstante,
que vive nessa solitude viajante
dos dias em quando.

Me desculpe, é chegada a hora
e eu vou embora.
Espero ficar guardada na lembrança,
como a eterna criança,
que me fizeste voltar a ser.
Que a nossa porta esteja aberta
quando a ideia for certa
do que se quer.

domingo, 20 de outubro de 2013

Feito

As pessoas não brilham mais.
Não existe cor, não há sentido.
Deveres cumpridos resumem suas vidas.
Tento correr e não me infectar.
Estou tão cansada.
Confortável seria se me rendesse.
Me juntasse aos pequenos robôs
E cumprisse só metas.
Sentir não é importante.
Feito.
Não aguento mais essa busca de contrário.
O soldado está ferido.
Nunca esteve pronto.
Batalha inútil.

Fugir

Não quero mais estar aqui.
É tudo tão pouco e vazio.
É tudo tão nada.
Esse mundo é para quem tem sonhos pequenos.
Quero minhas asas de volta e ir para longe.
Longe daqui, longe de tudo.
Onde cicatrizes não sejam expostas,
Quebrando espelhos e rasgando lençóis.
Não quero mais.
Quero voar. Tirar os pés da realidade.
Há algum pedaço vivo aqui dentro?

Estrada

Ando começando a me sentir
Estranhamente confortável com minha solitude.
A viagem continua.
Minha trilha se dissipou na chuva.
Seguimos eu e minha caixa vazia.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Colorful jelly

Não sei você, mas eu sou submersa em pequenas realidades.
Construída por momentos.
Um fato, um laço, um abrigo se desenvolve.
Daí, pequenos ramos de vida crescem...
E chove. Chove tanto que nem em ponta de pé, alcanço.
Submerjo. Afogo-me.
Sinto meu pulmão encher-se de novos fatos.
Aos poucos, estou no fundo.
Nem percebo e afundei.
Se o caso for de ir a outro lugar,
tão longe fica sendo a superfície.
E ao final do desafogo, mergulho em outra lagoa.
Posso boiar, posso nadar...
O sol parece me fazer convites diários.
E então, puxo-me para dentro novamente e cada vez mais.
Nem sempre é uma boa ideia.
Contudo é o que acontece.
Dentro de uma gelatina colorida,
pairando sobre todos os acontecimentos.
Os refletindo. Relendo personagens.
Sempre uma receita contínua de uma boa sobremesa.

Dream

Estive fora por tanto tempo.
Estive voando por ai sem saber para onde.
Estive tão sem mim. Tão sem nada.
Estive como nunca deveria ter estado.
De onde nunca deveria ter saído,
para onde nunca deveria ter chegado.
Estive longe.
Estive embora.
Estive lá e nunca mais, aqui.

E ainda estou.
Mas vou voltar.
Um dia.

Um pouco menos

O dia estava pela metade e nós também.
A caminhada continuaria árdua.
Não conheço o ponto de apoio.
Apenas sigo em frente sem olhar claramente.
A luz do dia me cega, me dói.
Não me esforço, então, para enxergar.
Olhos entreabertos bastam.
Instantes que afagam,
outros afastam.
E tudo se segue assim.
Conformo-me na falta de conforto.
E quando, enfim, chegar ao meu eu,
quero ainda estar aqui e poder te abraçar.
Por entender o que não se explica,
por criarmos em cativeiro, uma paciência sem escrúpulos
por causa da minha falta de ser,
obrigada.

Um e então outro

Um passo e depois outro.
Uma decisão e então, outra.
Um dia após o outro.
Assim, reaprendendo a viver.
Assim, reaprendendo a caminhar.

Como um bebê que sente suas pernas.
Tão pequenas e frágeis.
Uma vez firmes, outra vez tão bambas que tombam.
Por ora, o medo de cair,
em outra, o contentamento por conseguir ficar em pé.

Um passo e depois, outro.

Ainda flores

Tantas semelhanças. Singularidades comuns a nós.
Tudo faz parte do deslumbrar-me.
Tudo se encaixa e me reflete.
Características raras, encontrei.
Ainda assim, compreendo que isso mesmo nos deixa solitários.
Sentidos instáveis de uma interpretação confusa. Sempre.
O caminho trilhado sozinho é o que nos rotina.
Habituados, somos assim.
E caminhamos e seguimos assim.
Até por onde ainda for.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Red point

Eu fiz brotar um sorriso.
O arco real que fui para buscar, consegui.
De mim, caiam pedaços.
Pelo caminho, se arrastavam esperanças de bem.
Ainda assim, semeei e vi brotar aquela curva.
Me mostrei que ainda fertilizo.
Aquela minha parte ainda sabe arar.
Não morreu. Não foi embora.
Está aqui. Às vezes a esqueço.
Outras vezes, a escondo.
Contudo, ela está aqui.
Ainda posso.
Foi lindo lembrar. :o)

domingo, 13 de outubro de 2013

My bed, my home

Dormir é sempre mais dulcificante.
Ama a noite pela possibilidade de desligamento.
Não precisa pensar mais.
Não precisa viver coisas com sentido.
Não existem problemas, se não quiser.
Dono da sua realidade.
É tão mais fácil.

sábado, 12 de outubro de 2013

Interroga

Não sei bem o que queres.
Não sou boa em interpretações.
Não sou boa.
Em definitivo, não te ouço.
Não te vejo.
O rumo, não sei tomar.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Meilleure Partie

O meu prosseguir é tendencioso.
Dê-me motivos e estarei,
sempre que puder,
no meu melhor modo.

Turvo vôo II

Pouco a pouco, me reergo.
A escuridão tem me feito medo.
Quero voar. Sair daqui.
As sombras me cansaram.
Um dia, ia acontecer.
Da minha janela, minha curiosidade ressurge.
Mas não de uma vez. Não despenhando.
Pássaro que não sabe voar, não deve no abismo se jogar.

Tropeços

Ando tão tropeçante...
Ando tão, de mim, distante.
O chão que passeia sob meus pés anda sem rumo.
Ando tão sem objetivo....
Ando tão só. Fora do prumo.
As imagens passam por mim e não deixam nada.
Tentativas de marcas impenetráveis, por agora.
Fora de foco, preciso de um guia.
Vejo uma luz, meio sem nitidez, por ora.
Aguço os olhos. Espero chegar mais perto.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Precípite

Corro. Eu fujo pro mais alto monte.
Corro. Não olho mais para trás.

Corro e não quero mais viver de lembranças.
Quero viver de vida. Quero uma nova dança.
Corro e desenfreadamente, busco o meu porvir.
Não quero mais preterizar.
Quero sair daqui e poder voar.
Para longe.
Quiçá, estender uma ponte,
para todo lugar que ainda chegar.

Minha valsa

Eu não vejo mais.
Aguço os sentidos. Sinto.
Quase sempre, canso.
Eu não quero mais.
Pauso, acelero. Ouço.
Nem sempre, sigo.
Eu não toco mais.
Inerto-me, pauso-me.
Nem sempre dá certo.

Like this

Existem panelas sem tampas.
Existem frigideiras.
Não deixam de ser úteis por isso.
Ainda assim, quando precisam de algo que a cubram,
recebem perfeitamente bem outras tampas.
Tampas sozinhas, sem mais panelas.
Daí, conseguem continuar sua tarefa.
Daí, sobrevivem.
É assim.

About life

Passamos tanto tempo em busca de algo;
Tanto tempo em razão de alguém futuro.
Passamos tanto tempo quase chegando em algum lugar,
Tanto tempo esperando a solução chegar...
Tanto tempo em lamentos,
Tanto tempo em sombras...
Que acabamos sempre esperando.
A vida é uma eterna espera.
Não adianta estacionar por um motivo ou outro.
Aproveite que um objetivo não chegou
e finalmente aproveite algum que está ao seu lado.
Aproveite alguém's que estiverem por perto.
Aproveite a atenção que te dão.
Aproveite a pequena felicidade de qualquer momento.
Se aproveite. Viva!

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Bussolando

Perdi as pretensões. Perdi as paixões.
Perdi o foco e a vontade de correr.
Perdi a graça.
Hoje, vivo em busca das características minhas.
Enterraram-nas.
Procuro a sepultura. Procuro a lápide.
Há dias em que chego bem perto,
outros que corro para longe.
Dessas sombras tão buscadas,
quase sempre tenho me escondido.
Contradição bussolar.

Voir

Nunca estamos prontos.
Ouvi um dia, alguém dizer.
E quer saber?
Afinal, alguém aí sabe a hora certa?
De tanto esperar, perdemos a hora.
Perdemos o rumo, o ritmo.
De tanto esperar, perdemos a vaga.
Perdemos o carinho, perdemos o chão.
De tanto esperar, não vi que sentido tomar.
Relógios pela janela, pelos abismos, pelo caminho.
Paredes coloridas com quadros, enfeitadas com tudo o que sonho.
É assim que vai ser agora.
Sem ponteiros, sem algarismos.
De olhos fechados.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Sobre exteriorizar

Em outro mundo, a minha realidade fica esquecida.
Parece que nunca estive onde deixei, mais cedo, a minha vida.
O foco é outro. As expressões, outras.
Quase posso abraçar o silêncio.
Ao falar como ninguém mais fala, um outro mundo.
Os meus gestos já dizem mais coisas.
Tantas palavras já não dizem nada.
O olhar grita. As emoções quase podem ser tocadas.
Concretizações do ar. Atenções apuradas.
Vida inteligente em outro sentido. Mais inteligente.
Aprendo mais. Aprendo a ser. Aprendo a aprender.
Presto atenção. Te leio.

Enfrente

Eu não sei bem o que estou fazendo.
Quiçá, saberia se bem quisesse.
Caminho em curtos passos cheio de curvas sem um mapa.
Não tenho indicação, nem destino.
Se tivesse, talvez, seria em frente.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

See

Há pedaços que tem um rejunte especial.
É fácil montar, se quiser.
Manual ou qualquer indicação inexistem.
São acoplados na mente.
Se tentas, descobres a melhor maneira.
Podes colar e descobrir uma personificação ainda mais bonita.
Podes colar e acabar deixando túrbido.
Com as instruções, te deixo soberano.
Construa o seu quebra-cabeças.
Circunde o resultado dos seus passos sobre os pedaços.
Reafirme, remonte. Reposicione. Revigore.
Observo.

Amor

Acredito na construção das coisas mais lindas, calmamente.
Acredito que o tempo possa ser diretamente ligado à bases sólidas, fortes.
Nem poesia, nem conto. Hoje lembrei-me de como o mundo pode ser lindo.
Olhos amargurados e tristes. Desconfiados, até, me fizeram obscurecer tudo.
A vida, passou a ser sépia. Marrom, eu diria.
Contudo, não uma pessoa ou um relato passado por mim;
mas fragmentos de vidas ao meu redor me fizeram reenxergar.
Pode-se ser uma bela canção, pode-se ser realmente uma boa ocupação.
Com amor, pleno será.
Pode-se ser um bom passeio, um bom texto, um bom jantar.
Com amor, completo será.
Meus passos sinceros, arrastados em busca do meu eu, fizeram lembrar-me.
Foi uma boa lembrança.

Eu

Não entendo o porquê de continuar,
Com esse meu fardo sempre aumentar.
O meu eu escondeu-se em um reino longínquo.
Quero-o de volta.
Minha natureza medrosa, ainda assim,
sempre foi arborizada.
Quero bolhas, quero cores.
Daqui para frente é assim.
Decisão. Arrisco-me.
Morro à deriva presa ao que me resta,
ou de fato, tentando ainda achar-me mais uma vez.

Ribeiras

Debaixo de tanta terra não sei bem o que encontrar.
Busco, entretanto, algum resquício de vida, achar.
Do jeito que está, não vinga.
Árvore sem fruto não serve de nada.
Meus galhos são de amor e isso que quero cultivar.
Não importa a situação ou lugar.
Quero estar comigo mesmo novamente.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Folhas dançantes

O que se esperar quando tudo é um monte vapor?
Assobios, folhas ao chão.
Destino impalpável e incerto. Como se diria surpreso?
Tudo é surpresa.
Por dias positivos, terão enfim, negativos.
Um corpo feito de sombras costuradas não pode formar ideias.
Nem se formam ainda os próprios pedaços completos.
Se arrasta a cada novidade como se fosse a primeira.
E se muda a direção, muda com ela.
Força imensurável ao puxar as correntes das rodas.
Cansaço. Enfraquecido punho.

Fragile

É uma obra de arte, um emblema.
É uma escultura.
Circundada de todo o cuidado que se pode ter.
Por todos.
É frágil, quebravel e intocável.
Toda a preocupação no toque, faz com que esteja sempre só.
Até o vento é afastado.
Imaculada imagem. Tão boa que chega a ser impossível.
Ninguém quer se testar a ser bom o suficiente para estar ali.
Ninguém quer se aproximar e tentar dar um passo em frente.
Ninguém acha que seu melhor é o melhor.
Assim, fica só. Sempre enfim, sozinha.
À sombra de sua delicadeza e "perfeição".
À sombra de achismos e inquietudes.
Mal sabem o quanto aguenta.
Mal sabem o quanto quer uma mão estendida.
Todos admiram e isso é tudo. De longe.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Hands up!

Divagações de uma loucura incessante!
Gritos de um sono delirante.
Nada se encaixa, pedaços de realidade que não se cruzam.
A mente por vezes, mente.
Não consegue construir idéias que façam qualquer sentido.
Pensamento que corre livremente e solto sem rumo.
Um relato, um livro, uma história inexistem.
Mãos ao alto, roubo sua consciência.

Hat

Explosivamente gritante!
Nada exatamente constante!
Só a vontade momentânea de se dissipar!
Correndo para um lado, encontros.
Retrocede e acha cada vez mais pedaços.
Quebra-cabeças de cabeça para baixo.
Torre de base atmosférica.
Fora do ritmo, sem tom.
Sem saída, sem lógica.
Apenas o zumbido ao longe.
A dor rasgando cada nota musical.
Mais alto e cada vez mais longe, alcança.
Vulto cosmopolizado dessa dança.
Sem tirar nem desgastar o chapéu.

Path of nowhere

Arco levemente suspenso.
Aura envolta numa brancura que vai e vem.
Passos que traçam um caminho incerto.
A tempestade faz com que não se saiba nada certamente.
Ceguidão parcial.
Não existe importância em nada.
Não existe o expectar.
Só se espera sentado.
Sua vez, agora a minha.
E está tudo bem assim.

Sinais

Descentralizações. Desmistificações.
O caminho é cheio curvas.
Avanço-te ou anulo-me.
Vórtices e crateras essencialmente sobrepostas.
Saída suposta, idéias propostas.
Para que não me perca fora da realidade.
Induzo-me a cobrir-me de alguma coisa.
Lençol movediço.
Calmamente invasivo.
Sinto o pulsar das artérias.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Wish

Como se sentenciada, eu me arrasto.
Fadada ao que nunca se sabe.
Ao que nunca existe. Não me cabe.
Quero sentir a liberdade da paz.
Quero o lado de fora da minha bolha de preocupações.
Quero antiânsias. Antitristezas. Antidepressivos naturais.
Quero leveza. Quero beleza.
Disso, que vou em busca. Tirando o sangue ou não.
Tentarei. Seguirei. Buscarei.

Run

Mais parece uma bomba relógio.
Por melhor que esteja, espera-se sempre atrás da porta.
Entreaberta, à espera de qualquer estouro, de qualquer zumbido estranho.
É feliz por cinco minutos e lembra do tamanho da queda que pode ser.
Dá um passo e para. Mais um passo e para. Pensa. Fica.
Pegando atalhos nas sombras de qualquer ponto seguro, pula.
Espera, esperança, expecta. Nada de sentido, nada de valor.
E mesmo assim, traça-se sua rota, sempre olhando para as saídas de emergência.