quinta-feira, 11 de julho de 2013

Tiros

Pá! Olho para o sangue entre meus dedos. Eles me dizem algo. Nem toda a proteção do mundo, um dia, iriam me defender de todos os tiros. Sou mortal. Relembro o que deixei para trás na tentativa frustrada de não ser atingida. O ego grita por socorro. Mais sangue se espalha pelo estofado.
Pá! A dor que expõe a fragilidade do ser que nos tornamos, me faz ver o imbróglio que a minha vida tornou-se em vão. Alternando entre dias tão perto do coração e dias tão longe quanto não se pode achar que haja volta. A solidão observa-me no canto da sala.
Pá! A mente foca no arrependimento do que poderia ter sido feito. No que poderia ter sido arriscado, no que poderia, porventura, ter dado certo.
Pá! Pá! O último suspiro se torna mais visível... é quase tarde demais. Aguerrida vontade de continuar. A dubiedade entre entregar-se ou não, invade a casa, quebrando os móveis. Em verdade, o que vale a pena? Arriscar-se.

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