sexta-feira, 24 de abril de 2015
Tempestadiando
Pelo abismo, eu caía... Mal podia ouvir minha própria voz. Por todos os lados, as paredes se moviam. O nó me apertava. Esperava, em vão, aquele instante findar. Procurava uma saída. Não obtinha sucesso. Só mais me sufocava. Em busca de ar, ouvia aquelas vozes se repetirem e todas as feridas continuavam a abrir. Pelos momentos, viajava e me perdia. Não chegava ao fim e nem tinha começo. Eram puramente sensações líquidas dentro do mar daquela alma.
quinta-feira, 23 de abril de 2015
Velhos Relatos de Um Início Risonho
Cada sorriso naquele dia brilhava de uma forma diferente. Como quem espera durante anos, cada um daqueles pontos coloridos na praça, ansiavam. Era o dia em que começaríamos a andar com as próprias pernas. Como um bebê que dá os primeiros passos sem a ajuda da mãe, estávamos ali. A felicidade de cada um estava estampada. Queriam ajudar o outro, queriam trazer felicidade ao próximo e agora estavam juntos. Era ali, o primeiro passo de tantos para cada uma de suas eternas construções. A nossa avalanche de vontade de aprender a cuidar estava se formando e hoje, estava direcionada. Particularmente, digo que naquela tarde, eu me senti realizada. Eu era parte de uma família. Com tudo o que em uma se acompanha. Nós éramos um e agora, seríamos mais. Só tenho a agradecer por todo o acompanhamento desse meu engatinhar ao sonho de poder fazer a minha parte por uma sociedade mais bonita. Mais ainda, por todos o que por ele passaram. Sou parte de cada um de vocês que caminharam comigo. Obrigada.
domingo, 19 de abril de 2015
Paglia
Sucedeu aquela chuva e foi nela que me molhei. Cada novo brilho naquele vermelho me apontava um rumo diferente. As gotas daqueles sonhos me cobriam e mal podia eu, abrir os olhos. Senti sobre o meu corpo aquela energia já tão escassa vez ou outra... Sentia-me ali. Toda e completamente dentro daquele espaço. Era um novo começo. Podia respirar tranquila. Era onde deveria estar.
quarta-feira, 15 de abril de 2015
Delírio sonhado
Olhar no fundo de seus olhos me submete a uma viagem tão paradoxal quanto as coisas que penso que vejo. Aquelas linhas escuras entrelaçadas movem um abismo pelo qual posso voar... Me jogo. A queda é livre, como todas as amarras que não existem no meu pensar. Deliro. Pobre e grave delito. As nuvens podem passar pelo meu corpo. Eu te aceito. Abraço... Viajo em todas as palavras que já não formam uma sequência lógica... Só preciso que esteja aqui... Que essa íris que acolha. Estou a navegar por um mar onde não vejo o chão, não vejo o porto... É só uma grandiosa imensidão de ser. Da onde não quero sair.
sábado, 11 de abril de 2015
Feudo-me
No meu porto, era seguro.
Apesar das grandes ondas, eu sabia que ali pousaria tranquila.
Nada me atingiria.
Via, de longe, a fumaça que me rodeava.
De um lado para o outro, tudo era instável.
Eu precisava estar ali.
Mas já era hora de seguir.
O tempo passava sem paciência.
Voar era preciso, mesmo que o caminho parecesse infindo.
Todavia, dessa vez, eu tinha alguém ali.
Uma mão que se estende pra estar comigo.
Em sumo, em frente.
Enfrente.
Apesar das grandes ondas, eu sabia que ali pousaria tranquila.
Nada me atingiria.
Via, de longe, a fumaça que me rodeava.
De um lado para o outro, tudo era instável.
Eu precisava estar ali.
Mas já era hora de seguir.
O tempo passava sem paciência.
Voar era preciso, mesmo que o caminho parecesse infindo.
Todavia, dessa vez, eu tinha alguém ali.
Uma mão que se estende pra estar comigo.
Em sumo, em frente.
Enfrente.
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