Eu já não te ouço tão bem.
Não te vejo tão bem, nem com tanta frequência.
Meu toque já não é mais tão firme, assim como meus passos.
Nem sempre consigo exprimir as palavras na ordem certa.
Tampouco ver o que acontece sempre com clareza.
Hoje, já não tenho o vigor e turgor da mocidade.
Minha voz está cansada e meus ouvidos me pregam peças.
Os dias se tornam mais curtos e já não sei quando durmo ou vivo.
Minha respiração segue ainda mais profunda.
Tantos são os danos que a minha vivência me causou ao corpo.
Tantos são os anos cravados em cada parte do cálcio que me falta aos ossos.
Tantas são as alegrias imergidas nas minhas lembranças.
Mas tenha certeza, uma coisa ficou intacta: a felicidade que me traz, o teu sorriso. Essa infinda.
Hoje e sempre. Para sempre. Teu sorriso, meu filho...
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