quarta-feira, 24 de junho de 2015
Despedida do que já se foi
Como um cão que procura sua casa, eu rastejei. Farejava teus sinais, vez e outra, em todos os lugares. Poeira e tempestade me tentavam a me perder, mas eu sempre encontrava seu rastro. Como a cadela, ao filhote, procurei. Acalentava-me com pouco e no conforto de poucas palavras. Sobrevivia da velha chuva passageira. Até que um dia, tomei com fé, as minhas dores. Transformei em forças, a vontade de sempre retornar. Meu faro era sempre certeiro, mas naquele dia, era preciso me perder. Mais uma vez, te li, te senti na velha memória e pela última vez, me despedi. Apagados devaneios ensolarados de um rastro que não se corrompia. E tudo virara pó. Restos de um caminho que já não mais trilharei. Não reconheço mais tal cheiro. Não reconheço aquela casa. Tudo se foi.
quinta-feira, 18 de junho de 2015
Nobre carinho
Como pode, eu, tão velha indigente, me encantar pelo que não vivi?
Eis-me aqui, por tantos anos, outrora ansiosos, agora cansados.
Beija-me a alma com tão doces palavras, nobre carinho.
Aquece-me com teus abraços dentro dos meus.
Tão distantes pensamentos me levam a viver.
Viaja-te comigo e viveremos tão reais quanto esse voar que nos tira do chão.
Eis-me aqui, por tantos anos, outrora ansiosos, agora cansados.
Beija-me a alma com tão doces palavras, nobre carinho.
Aquece-me com teus abraços dentro dos meus.
Tão distantes pensamentos me levam a viver.
Viaja-te comigo e viveremos tão reais quanto esse voar que nos tira do chão.
Eis aqui
Onda que me leva. Luz que me alumia, os olhos. Dos teus, me traz o sorriso. De ti, me vem alegria. Respiro. Um carinho que sustenta e traz pra perto. Amor que por tantas vidas em uma, permanece. Não daqui. Não é de agora. Tantos caminhos, trilhamos em rumo a todos os lugares. Histórias escritas e vindouras. Tantas foram, em busca de diversos finais. Personagens que vem e que foram. Vento que te leva. Uma lembrança que nos traz.
Assinar:
Comentários (Atom)