Dias por teu colo ao deitar.
Mal estava eu, desacostumada a ter um bom descanso.
Não tinha leito, não tinha um porto.
Éramos só eu e o meu divagar ao se deleitar em palavras sem nexo.
Era o que me possibilitava respirar.
As ideias sempre me lotavam os pensamentos e enlouqueciam-me.
Escrever é, notoriamente, o que me extravasa. O que me rompe e me absorve.
Paradoxo que se encaixa em meio a tantas tentativas estarrecidas em busca de ordem.
Cada leitura leva um sentido distinto. Cada linha, um recomeço.
Eis que chegou a luz e já não mais me perdia no escuro.
Pude sentir a maciez dos braços do amor a acalentar-me.
Sentir-me em casa, finalmente; apesar de não me encontrar todos os dias.
Estive perdida pelas ondas que me levavam a lugar algum e você me achou.
Não pediu explicação ou notoriamente, uma história.
Pediu que aceitasse o seu carinho. Reinventou o que já quebrado, não existia conserto.
Tocou-me com os olhos em meus olhos.
Levou-me a respirar. Segurou minha mão. Alumiou-me.
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