domingo, 25 de maio de 2014

Peace

Era como se Ele me abraçasse e dissesse que agora estava tudo bem... Era uma chuva de reconstituição no meu caminho desertificado. Era a hora, que finalmente me sentia feliz. Ainda que sem motivo aparente, ainda que de forma tão sutil; meus dias haviam clareado.
A dor, ainda que tenha me tornado poeta; não fez morada em meus dias, tampouco se instalou. O meu pensar continuava navegando em águas que jamais levariam a um cais. Simplesmente navegava. Doce e anônimamente. Leve. Sereno. Em paz.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Sementeando em novo solo

Pega uma cadeira, vamos conversar.
O meu pensar preocupado já anda cansado.
Vem aqui, deixa eu te olhar.

Transito por nossas informações.
Banco de dados, estatísticas.
Números que nada dizem.
Ninguém, na verdade, segue um padrão.

Semente, uma vez plantada,
frutos darã um dia.
Um dia novo e transitório.
Uma nova oportunidade.
Marco inicial do meio do caminho.

Me dá tua mão, vamos embora.
Já estivemos parados por tempo suficiente.
Essa realidade não é nossa.
Está na hora de acordar.
A vida é passageira. O porvir, incerto.
Até quando vamos esperar a carona do acaso?

Até quando?

Esmola

Meu peito anda dolorido. Já não aguenta mais pedir esmola.
Quero a calmaria p'ra nos meus dias, descansar.
Quero o meu leito e a facilidade para fechar os olhos.
Ando pelos cantos sem um rumo achar.
Penso em falar, em te descrever o que sinto.
Isso acaba por me matar. Definho.
Me expor tanto não pode me levar ao horizonte.
Ou este destino, deveras, realmente não ser meu.
Não quero ouvir. Não quero mais te poluir com minhas ideias.
Eu penso demais. Pouco a pouco, me destruo.
Me desorganizo. Saio dos trilhos.
Meu pesar é doído. Meu andar é cansado.
Rotina de quem vive arrastando-se em busca do amanhã.
Com esperança de que ele seja melhor. E será.
Amém.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Felicitar-te

São teus olhos que me sorriem quando preciso de um abraço.
É seu carinho que me afaga quando me sinto sozinha.
São suas palavras que me rodeiam quando me sinto desprotegida.
Por todos os momentos, você esteve presente.
Por todos os que virão, que te tragam ainda mais perto.
Sou feliz, porque meu sorriso hoje é sincero. É frouxo, é leve.
Sou feliz, porque você está aqui.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Utópico Farol

Não quero dormir. Outrora aqui viria por não saber acordar.
Hoje peço colo e redenção. Quero leveza.
Sonhos por mais que leves, são utopia.
Quero realidade. E nela, um porto.
Meu navio já anda cansado de tanto navegar em círculos.
Por tantas tempestades já passei...
Por tantas águas já divaguei...
que hoje só quero repouso.

Expurgo

Cefaleia. Dor incalculável e avassaladora é a que sinto.
Excesso de palavras em tão pouco espaço em mente.
Excesso de pensamentos.
Queria eu, poder guardar todo esse monte de nada que me aparece
numa caixa, num guarda tralhas, qualquer.
Contudo, elas me enchem e me saturam.
Causam dor. Quero-as fora.
Despejo-as aqui. Hoje e todos os dias.

Lost Time

A cada gota dessa chuva, percebo o silêncio como melhor forma de sobreviver.
Palavras não têm cura, meu caro.
Assim que sinto em meu esôfago, o regurgitar dos pensamentos;
as prendo por tantos minutos quanto seria possível para melhor digeri-las.
E mesmo que libertifiquem, em algum momento, vou lembrar que poderia ter sido diferente.
Não há remédio para isso.
Tão pobre ser humano, esse que pensa tanto e tanto se cansa.
De nada vale coisa alguma, querido. Todas as filosofias de nada adiantam.
Todas as reflexões em si são pó.
Sempre tardarão a ser absorvidas pelo metabólico ser.
Sempre.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

O que estava perdida

Dias por teu colo ao deitar.
Mal estava eu, desacostumada a ter um bom descanso.
Não tinha leito, não tinha um porto.
Éramos só eu e o meu divagar ao se deleitar em palavras sem nexo.
Era o que me possibilitava respirar.
As ideias sempre me lotavam os pensamentos e enlouqueciam-me.
Escrever é, notoriamente, o que me extravasa. O que me rompe e me absorve.
Paradoxo que se encaixa em meio a tantas tentativas estarrecidas em busca de ordem.
Cada leitura leva um sentido distinto. Cada linha, um recomeço.
Eis que chegou a luz e já não mais me perdia no escuro.
Pude sentir a maciez dos braços do amor a acalentar-me.
Sentir-me em casa, finalmente; apesar de não me encontrar todos os dias.
Estive perdida pelas ondas que me levavam a lugar algum e você me achou.
Não pediu explicação ou notoriamente, uma história.
Pediu que aceitasse o seu carinho. Reinventou o que já quebrado, não existia conserto.
Tocou-me com os olhos em meus olhos.
Levou-me a respirar. Segurou minha mão. Alumiou-me.

Sobre a verdadeira saudade que doi

Um ano se passou e seus traços continuam a me habitar.
Amor que ensinou a amar. Amor que ensinou a viver.
Um olhar gravado em cada sonho que me mostra o que é saudade.
Cada um dos meus passos são vindos de longas reflexões sobre o que mostrou-me durante uma vida.
Hoje caminho sozinha e obrigada, firmo meus passos baseado em um passado de colo.
A cada noite, o céu se torna mais negro por tua falta nos meus braços.
Mas, enfim, olho pra lua e posso sentir-te por perto.
Sei que seus olhos estão a fitar o mesmo espetáculo, por mais que tão longe.
Quilômetros de distância nunca se fizeram tão prolongados.
Dias que se tornaram parte negativas de um coração já tão calejado que só ao teu colo, descansava.
Fonte de vida e de esperança. 
De um lado para outro, observava a dança dos seus olhos ao pensar.
Lembro da maciez do teu queixo de borracha.
Lembro do aconchego das tuas palavras a me acalmar do mais simples ao pior problema.
Mãe, se tem alguém nessa vida que mais me faz falta, é você.
Te amo.