terça-feira, 2 de novembro de 2021

Estilhaços

Voei mais longe do que pude alcançar. Rasguei o véu, rompi o limite do não dito e falei. 
É linda, a liberdade de poder sentir, de poder navegar em mares desconhecidos. O risco alto da queda é o preço que se paga por viver. Todos os dias. Sem arrependimentos, sigo leve por dizer. As palavras nunca foram escolhidas tão docemente e ainda assim, inúteis. 
Mas vem aqui, senta aqui, nada mudou. Eu quis dizer, eu quis romper com os muros. E agora, nada acontece. Era só isso. 
A sede em te falar era grande demais para que eu guardasse. E agora, parece mais fácil de desfazer. Os estilhaços seguem em minhas mãos. Cada pedacinho é um presente caindo pelo caminho. Pro universo. Pra vida. De um trilhar cheio de armadilhas, que hoje não levam mais a lugar algum. 

domingo, 31 de outubro de 2021

Cartas na mesa

Fundo demais, estava onde não deveria. 
Raso demais, era só o que existia. 
Sem bússola, eu era apenas um balão… 
Que viaja, que voa e que flutua demais. 
Sem medo, navego sem ter o meu próprio cais. 

Dias e dias para me mostrar, que
De vez em quando é bom se localizar. 

E daqui pra frente, jogar as malas antigas ao mar,
E assim seguindo… o plano é continuar a navegar…
(…em outra direção?)

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Por acaso

Era uma noite qualquer, quando você apareceu. 
A tua chegada, foi para mim, refrigério. Mal sabia. 
Música, alegria, experiência, novos ares. 
Sem nós, sem apertos, sem critérios ou requisitos. 

Os caminhos se cruzaram. Por acaso. 

Se este mesmo existisse. 

Um novo universo se fazia a partir daquele horário. 

Nem era mais hora pra tantas risadas. 

Nem era mais hora de tanto papo. 

O silêncio imperava sob as escadas. 

Política, religião, olhar sobre a vida. 

Divergências, convergências e nos vimos aqui. 

Neste ponto, tudo estava mais claro. 

Neste ponto, o contrato ainda firmado, permanecia fazendo todo o sentido. 


Apesar disso…

Naquele pedaço de instantes infinitos, nós éramos muito nossos. E totalmente. Ali. 

domingo, 17 de outubro de 2021

Os olhos que sorriam

E no meio daquela penumbra, surgiram aqueles olhos. 
Mal sabia, de início, que em tantos momentos, eles acompanhariam tantos sorrisos. 
Foi assim que ele me ensinou. De tempos em tempos. 
E em tão pouco tempo. 
Seja um dia chuvoso, seja um dia limpo e claro,
Sorria. Mesmo sem motivo. Sorria. 
E aqueles olhos acompanhavam, em sincronia. 
Toda risada e meu movimento. 
Todo detalhe e cada nota. A respiração. O momento. 
Aqueles olhos atentos. Mais que sua própria percepção.  Hiperativa, que tanto queria captar tudo. 
Aqueles olhos captavam o importante. E deixava mensagens. 
E mais tarde deixava-se ver. Aos poucos, tirava a máscara. 
Honesta e claramente. Hoje, eu conseguia ver aqueles olhos. 
Que tanto me ensinavam todos os dias. 

terça-feira, 12 de outubro de 2021

Caminhos

Faz tanto tempo…

Tanto tempo até aqui, para que eu encontre meu caminho de volta. 

Tanto tempo até aqui, para que eu junte os pedacinhos deixados pelo caminho. 

Tanto tempo… mas cheguei. 

E me refiz e me refaço. 

A cada dia mais. 

Chegue

 A bruma leve que te trouxe até aqui, é cheia de cheiros, de música e reencontros. 

A meia luz que sempre te acolhe, guarda mistérios que perambulam entre o que eu planejo e o que nasce e cresce todo dia. 

Bom te ver, bem querer, seja bem vindo. 

Que seja e, tem sido, leve. 

Que seja e, tem sido, sem pretensões. 

Que seja e, tem sido, sem amarras. 

Só nós. Simples. Risos. E todo dia um pouco mais.