Últimos passos

Você se foi. Mal me arrumei e me preparei; e vi você passar pela porta.
Você me olhou. Minhas lágrimas te reconheceram.
Queria eu, ter algum motivo pra te fazer ficar.
É triste demais ver um amor bonito assim, se acabar.

Você se foi. Mal me organizei e me planejei; e vi você atravessar a rua.
Você me olhou. Meu coração te reconheceu.
Queria eu, ter algum motivo pra fazer parar de doer.
É triste demais ver um amor bonito assim, não acontecer.

Você se foi.

Learn

Cá estou, me erguendo novamente. Tento abrir os olhos, tento enxergar.
A vida é isso, menina. Se cai, levanta. Se chora, sobrevive.
Dia após dia, tudo um aprendizado. Eu que não sei dos planos maiores.
Mas, daqui, vou esperando dias melhores. Sempre.

No chão

Gostaria de por em palavras o que vai do meu coração, nessas coisas. Mas elas não se fazem mais o bastante e nem necessárias nesse momento. Nada faz. O fato é que é um dia de sol, céu limpo e sem nuvens e aqui dentro, minha visão só é turva. Amanheceu o dia, mas na minha vida só anoitece agora. Fria e solitária noite, que me abraça e sufoca todo o tempo. E que senhor esmagador, esse. Que ele passe. Passe, levando tudo o que ainda sobrou por aqui de tantos pedaços sem sentido, sem conexão e sem razão de existir do meu coração. Que tudo vá embora, para que um dia, exista ainda um totalmente novo amanhecer. 

Algum lugar

Pelo balançar desse mar que te leva e traz, navego. 

Conheço o caminho, reconheço esses passos. 

Ainda assim, tudo é tão novo. Inclusive eu. 

Te observar tem sido uma descoberta diária, menino. 

Cada tentativa, te faz novo. Te refaz. Me refaz. Nos leva a novos lugares. 

Sigo com meu pedaço de carinho e de curiosidade pra te encontrar.

Novas flores podem aparecer pelo caminho. E se não der, descansa. 

Não se preocupe, meu bem. Todo voo há de levar a algum lugar. 

Passageira

Entre as coisas que me assombram nessa névoa, existe um ponto de luz.
Pelo caminho, ando deixando rastros. Pistas necessárias para me encontrar na volta.
Sigo andando pelo inevitável, mas a vontade era que tudo em mim resolvesse parar.
Como?
Estrada sem volta e sem chão. Preciso seguir sozinha para que as respostas me encontrem.
Preciso sentir cada pedra para que o voo seja alçado em toda sua grandeza.
Que o vento me toque e me guie, pois estou à deriva.

Il y a du nouveau (?)

Acordo, novamente, em busca de respostas.
No encontro de tantas palavras, nenhuma parece fazer sentido.
Nenhuma se justifica, nenhuma se organiza ou me representa.
Continuo procurando.

Pode ser que falte inspiração.
Pode ser que me falte sentido.
No que falas, no que eu entendo.
No que construímos.
E o que parecemos construir, senão, tantas repetições?